Meu Coração,
por que andas tão sozinho?
Não reconheces a rua, a casa, teus vizinhos?
Nem a caneta,
nem essa sinfonia?
Responde-me, Coração,
em que bar deixastes a tua valentia?
Com quantos copos
afogara teus sentimentos
e os lamentos que não dera
para poupar-te dos julgamentos?
Quantos cigarros
foram necessários
para calar a tua boca
e poupar-te do escárnio?
Te deram respostas
apontaram o caminho
quando tudo que tu precisava
era de colo e carinho.
Meu Coração
vai e segue teu caminho,
pois a bebida afoga,
o cigarro cala
e a solidão afaga
teu coração sozinho.