Olha para o horizonte
leva um candeeiro
e me espera voltar
sem pensar
que é engano.
Quem sabe
daqui a pouco,
talvez
alguns
anos.
Julia, tua filha,
terá 11 primaveras.
Nosso tempo contamos
quando o vento, enfim,
trouxer minhas velas.
Mas para tua cama,
quente
para as tuas pernas,
rentes, meu amor,
irei voltar.
Tu sabe, meu bem,
que meu amor…
é que meu amor
flutua.
Ao voltar
lerei meus poemas
enquanto tu
me ouve nua.
Sem o perigo,
a incerteza do alto mar
eu não sou nada,
eu não sou nada
sem o rum pra me embriagar.
Sem o ouro e a prata,
sem o silêncio do mar,
sem o teu amor, aqui em terra
um farol pra me guiar.
Olha para o horizonte e
não distrai nem um segundo,
meu navio voltará pulsante
como o coração de um amante,
do teu nobre vagabundo.